Operação Placebo cumpre 12 mandados de busca e apreensão no Rio e em São Paulo
A Polícia Federal faz a Operação Placebo na manhã desta terça-feira, dia 26, no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel. Quinze equipes da PF participam da ação. A finalidade é a apuração dos indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus no Estado do Rio de Janeiro. Doze mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na capital fluminense e também na cidade de São Paulo. Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entanto, a PF não informou se Witzel é alvo de algum dos mandados.
Investigações iniciadas no Rio pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado.
A equipe da PF veio de Brasília (DF) e chegou ao Aeroporto Internacional do Rio pouco depois de 5h30m. Há agentes também na casa da Rua Professor Valadares, no Grajaú, na Zona Norte, onde morava o governador antes de assumir o mandato, e no apartamento na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, na Zona Sul do Rio, residência do ex-subsecretário de Saúde Gabriell Neves, preso em uma operação em 7 de maio. Os investigadores também estão no escritório de advocacia da mulher do governador, a primeira-dama Helena Witzel, no Leblon.
Esquema de corrupção na saúde
A Operação Placebo apura suspeitas de desvios ligados ao Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde para a construção de hospitais de campanha para enfrentamento do Covid-19. Segundo as investigações, foi identificado um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
No dia 14, foi desencadeada a Operação Favorito pela Polícia Federal, que apreendeu cerca de R$ 2 milhões com os envolvidos num esquema de fraudes em contratos de prestação de serviço para Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) celebrado entre o estado e Organizações Sociais (OSs) de saúde. Só com o empresário Luiz Roberto Martins, presidente do Conselho de Administração do Instituto Data Rio (IDR), foram encontrados R$ 1,5 milhão em espécie.
O dinheiro estava escondido na casa dele, em Valença, sul do estado. Em entrevista coletiva, realizada na tarde desta quinta-feira, o Ministério Público do Rio (MPRJ) apontou Martins como o chefe da organização criminosa acusada de desvio de dinheiro público
O Globo